Mesmo que a maioria sequer atente para isso, estamos em temporada eleitoral. É natural que ninguém dê notícia das eleições municipais, afinal estamos enfrentando a pandemia do coronavírus e, como se não bastasse, nos vemos perdidos em meio à crise política que vem de Brasília.
Porém, como nem doença pára político, muitos pré-candidatos estão em plena campanha. E sua principal bandeira é justamente a reabertura do comércio e o fim do isolamento social, brandida com força nas redes sociais. Mas, ao se solidarizarem com as dores dos comerciantes que, de portas fechadas, vêm as pilhas de contas se avolumarem, os candidatos a uma vaga nos legislativos municipais ( e até nos executivos) não miram exatamente o voto deles.
Afinal, não existe tanto comerciante assim para eleger todo esse contingente bradando que “o país não pode parar”. Os antiquarentena mais barulhentos querem mesmo é o voto dos informais e suas famílias, que não podem trabalhar – e consequentemente sobreviver – em ruas vazias, com o povo dentro de casa. Esses sim, são muitos e podem eleger câmaras inteiras. No Brasil, são 40% da força de trabalho. Quase todos, eleitores.