Alguém aí tem uma proposta efetivamente segura para a volta às aulas?

Alguém aí tem uma proposta efetivamente segura para a volta às aulas?

Técnicos da área de Educação calculam que, para as aulas voltarem por dois meses este ano, os governos irão gastar R$ 6,2 bilhões. Este valor compreende os custos com protocolos de adaptação, tais como álcool em gel para todas as salas e a quantidade de tinta necessária para fazer as marcações de distanciamento social – a serem distribuídas nas centenas de milhares de estabelecimentos de ensino público no país. E que, cá pra nós, não passam de balela, se as crianças não obedecerem as regras contra a disseminação do coronavírus. Aliás, dificilmente elas vão fazer isso. Prova disso está no aumento de casos da Covid-19 em todo o pais nos últimos dias e, em especial, de casos graves. Nossa pequena Pedro Leopoldo teve em apenas um dia 35 casos notificados e só ontem, 24/9, foram 12, dos quais quatro são de pessoas que estão internadas com síndrome respiratória aguda grave, duas delas jovens.

Ou seja, os chamados protocolos de segurança não funcionam. O ônibus está cheio, o banco está cheio, o bar está cheio e estamos cansados de saber que  a aglomeração facilita a disseminação do vírus. Protocolos de segurança contra o novo coronavírus só vão funcionar se houver comprometimento e conscientização, que se consegue a partir de ações concretas e parcerias entre governo e sociedade civil. As pessoas tem que estar devidamente informadas e convencidas de que a Covid não acabou  e é muito grave, com seus efeitos muitas vezes aparecendo muito tempo depois que a pessoa já sarou.

Ah, e os 6,2 bilhões? Que tal comprar um tablet para cada criança da escola pública que, assim, poderá estudar em casa? Que tal juntar as prefeituras e as operadoras para instalarem antenas onde não houver sinal de internet? Há verba para isso, é claro. Afinal, com as escolas fechadas, os governos estão economizando água, luz, telefone, papel, transporte escolar, etc…. E se vão gastar para reabrir, por que não gastar para viabilizar um ensino remoto competente? Que tal juntar todo mundo e acertar uma solução para nossas crianças e jovens que estão fora da escola, sofrendo os inevitáveis prejuízos que isso traz para sua formação intelectual e psicológica? Tão lógico, não é? Só que não.

 

Bianca Alves

Criadora e editora do projeto AQUI PL, é formada em Comunicação Social pela UFMG e trabalhou em publicações como os jornais O Tempo, Pampulha, O Globo; revistas Isto é, Fato Relevante, Sebrae, Mercado Comum e site Os Novos Inconfidentes

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