“Vocês viram o ipê ali na rua? Nossa, “tá” bonito demais”. Acordo bem disposta, vou apreciar o horizonte e, bem pertinho de muitas vistas, está a bela árvore. Volto meus olhos a admirá-la: o ipê da rua fica bem na calçada, iluminando os caminhos…
Sempre fui apaixonada pela Natureza, tenho autêntico amor pelo verde. Agora, enfim chegaram os ipês… esta é a época da floração e o tom amarelo se destaca em meio ao azul do céu – uma pena tanta poluição…
O ipê do qual estou falando fica quase na esquina, majestoso, é um príncipe ainda, mas logo será um rei. Ele teria brotado ali ou alguém o plantou? Fica a ideia: quem plantou o ipê da rua farmacêutico José Martins? Seriam os vizinhos?
Há alguns anos ele vem crescendo bem rapidamente. Era um bebê quando o observei pela primeira vez, ainda não o via como um transeunte vegetal. Embora estático, um transeunte, porque ele, simplesmente, é um ser que ocupa a passarela do cotidiano, fazendo a rua ter mais vida.
O jovem ipê, com divino esplendor, encanta os olhos mais sensíveis, atentos às belezas naturais do inverno, com suas vistosas cores a cobrirem o nosso cerrado. No entanto, aqui ele encanta uma calçada, cobre o chão com suas flores, coroando-se por completo, nos oferecendo um tapete amarelo e fofinho… seria o paraíso?
Ele ainda é jovem, vejo pelo porte e confirmo pelos anos que o conheço. É um privilégio tê-lo tão perto, trazendo ao concreto os ares do campo e da vida que pulsa em cada um de nós aqui no bairro Felipe Cláudio de Sales. Ou daqueles que passam e podem enxergar de longe esse amigo amarelinho, luz que nos “abraça com sua graça”!