O governo de Minas homologou nesta terça-feira (2/3) sua primeira concessão pública na gestão de Romeu Zema. A licitação se refere a atividades de ecoturismo e visitação na Rota das Grutas Peter Lund, conjunto de três unidades de conservação gerenciadas pelo IEF: Parque Estadual do Sumidouro e Monumentos Naturais Estaduais Gruta Rei do Mato (Sete Lagoas) e Peter Lund (Cordisburgo). O edital prevê a concessão de serviços como hospedagem, bilheteria, alimentação, entre outros, e mantém com o Estado a garantia da gestão ambiental.
O contrato de licitação, no valor de R$ 294,6 milhões, terá validade de 28 anos e irá permitir uma economia de R$ 4 milhões por ano com gastos de manutenção nas unidades, além da geração de cerca de 120 empregos diretos e 2 mil indiretos. O Consórcio Gestão Parques MG – Urbanes – B21 foi declarado vencedor do certame e será responsável por um investimento de R$ 12 milhões em melhorias estruturais e reformas dos espaços.
Para o ex-diretor do Parque do Sumidouro, Rogério Tavares, esta é uma oportunidade de ouro. “Não é uma privatização, mas uma concessão de serviços turísticos que vem sendo modelada desde 2013 com a contribuição de diversos profissionais e muito cuidado em assegurar a função principal das unidades de conservação: proteger e conservar o patrimônio natural e cultural”, garante.
Mas como tudo que é novo, as concessões carregam riscos e, com o tempo, a necessidade de adequações para cumprir o que estará previsto em contrato. “Ele é rigoroso e prevê várias obrigações por parte do concessionário, avaliando a qualidade do serviço prestado, a previsão de contratação de mão de obra local e o investimento na manutenção das estruturas, por exemplo”, diz Rogério.
De acordo com Tavares, o edital prevê autonomia para o concessionário estruturar atividades que possam gerar receitas. “Claro que fazendo estudos prévios de viabilidade, podendo por exemplo instalar equipamentos para prática de lazer, promover eventos culturais e esportivos. Então temos uma perspectiva de se desenvolver um turismo de fato profissional na região, oportunizando o incremento da economia em localidades como Fidalgo e Quinta do Sumidouro”, garante. “E por que não no restante da cidade?”, pergunta.
Não é segredo para ninguém que o Estado não tem “pernas”, como define Rogério, para fazer a operação turística de forma dinâmica como a inciativa privada. Estas unidades, por sua vez, já são tradicionalmente visitadas – o Parque Estadual do Sumidouro tem a Gruta da Lapinha como seu principal atrativo. Em 2015, só o parque recebeu cerca de 35.000 visitantes, enquanto as três unidades receberam juntas cerca de 100.000 visitantes.
Na concessão, regras de visitação prevendo gratuidade de acesso para comunidades do entorno foram mantidas e a vinculação de valorização de contratação da mão de obra local também. São pontos que o Estado se compromete a verificar no constante cumprimento do contrato. “Um turismo bem estruturado tem de estar integrado com bons acessos, locais bem cuidados, bons serviços de apoio, pessoas acolhedoras. Portanto é hora de somarmos esforços com foco nesta nova perspectiva de oportunidades, desenvolvimento e parcerias em Pedro Leopoldo e nossa região do Circuito Turístico das Grutas”, finaliza Rogério Tavares.