José Issa Filho e Pedro Leopoldo: uma narrativa de 100 anos.

José Issa Filho e Pedro Leopoldo: uma narrativa de 100 anos.

José Issa (à direita) com José Luciano Castilho

Por Renato Hilário dos Reis*

“Quase tudo que vou contar eu vi acontecer, muito pouco fiquei sabendo por ouvir dizer…” (Filho, José Issa. “Memória Histórica do Reino de Pedro Leopoldo. Gráfica Tavares, Pedro Leopoldo, 2010, p. 18”)

Doutor José Issa, como eu o chamava, era uma pessoa humana, talentosa, sábia e que faz parte do panteão dos imortais de Cachoeira Grande. Entre os seus talentos e virtudes estão muitas coisas, mas, destaco seu profundo amor por uma Pedro Leopoldo sábia e plena de sabedoria, embebida das luzes de Padre Sinfrônio-Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição e das luzes de Chico Xavier- Centro Espirita São Luís Gonzaga.

Este, situado na rua de São Sebastião, rua do filho de Dona Rachida, é uma sequência de nossa Matriz e é um símbolo e sonho de um projeto de vida ecumênica, em que homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e idosos estejam entrelaçados pelo Deus-Amor que tudo cura e tudo transcende

Estes seus desejos e estas suas marcas estão nas linhas entrelinhas de suas publicações-vida, em que identificamos romances:  “Rua de São Sebastião”, de 1961; “Um curto e Infeliz Amor na Lapa”, de 1963, e, “A Época Dourada dos Cabarés”, de 2000.

Neste artigo no jornal Observador, o professor Alexandre Pimentel reafirma a altivez da entrada da família Issa nas missas de domingo

A estes romances se juntam suas memórias e crônicas, mordazes e audazes, do dia a dia de Pedro Leopoldo: “Coisas do Reino de Pedro Leopoldo 1, 1993; “Coisas do Reino de Pedro Leopoldo 2”, 1996; “Coisas do Reino de Pedro Leopoldo 3” 2002; “Memória Histórica do Reino de Pedro Leopoldo” e “Retalhos da Saudade”, 2012.

Mas, não ficamos apenas nos romances e crônicas. Temos também,seus livros de contos: “O Mascate Elias”, de 1999, as “As Mãos do Gato”, 2001, e “O Comprador de Ouro”, 2007.

Mas, a romances, crônicas, contos, acrescentam-se suas poesias: “A Vida, Suas Flores, Seus Espinhos”, 2004; “Contraste”, de 2005; “Gavetas”, de 2009.

Concluo esta minha singela homenagem com o que mais me chamava atenção em José Issa: o amor profundo dele para com Dona Natércia, educadora de primeiro mundo, e desta, para com ele. Amor que estava e está em cada filha e filho, na família coesa, trabalhadora, estudiosa, corajosa, amorosa e assumidamente religiosa. Quantas vezes eu estava na missa de domingo à noite na Matriz e aí chegavam Dona Natércia, Dr. José Issa, Ângelo, Constantino e demais filhas e filhos e contrita e humildemente realizavam suas orações e preces de agradecimento, petição e louvor ao Deus-AMOR, com qual Dr. José Issa, nestes seus 100 anos, conta agora coisas e causos, pedindo para que nossa Cachoeira Grande se torne culta e sábia.

*Renato Hilário dos Reis é professor da FE/UNB/GENPEXhilarioreis@uol.com.br

Redação

ARTIGOS RELACIONADOS

Minhas duas mães

Minhas duas mães

Uma mulher alegre, feliz com a vida, boa com todos que a cercavam. Aparecida, minha mãe, merece todas as homenagens não só hoje

LEIA MAIS
A falta que Carminha me faz

A falta que Carminha me faz

Minha mãe costurava. Costurava tão bem que muitas pessoas ainda guardam, como relíquias, os vestidos e conjuntos que saiam da sua Singer. Ou a máquina de costura seria Elgin? Cresci

LEIA MAIS