Por que não cuidamos de quem cuida da nossa cidade?

Por que não cuidamos de quem cuida da nossa cidade?

Catadores da Ascapel em foto de 2021 (Aline Dias)

Há alguns anos nos acostumamos a ter em boa parte da cidade de Pedro Leopoldo uma coleta seletiva feita de porta em porta. Esse tipo de serviço, embora seja determinado por lei e uma necessidade urgente do ponto de vista da emergência climática, não acontece em grande parte dos municípios brasileiros. Aqui em PL, éramos privilegiados e não sabíamos.

Fomos nos acomodando a imaginar que nosso papel de cidadão ecologicamente responsável era apenas separar o lixo orgânico do reciclável e colocar esse último na porta de nossas casas nos dias de coleta. Saco na rua, porta de casa fechada, “plim”, num passe de mágica, o lixo desaparecia do nosso entorno e das nossas preocupações.

Por trás dessa ilusão, porém, outra cena acontece. Nela estão os catadores e seu trabalho: pesado, insalubre, desvalorizado, mal pago e INVISIBILIZADO. Tão invisível que, para ser notado, precisa estar ausente. Notamos os profissionais da reciclagem e seu importante trabalho quando eles nos faltam. Mas quais foram as ações do poder público e nossas enquanto sociedade civil feitas por eles e com eles nos anos em que nos serviram todas as semanas de porta em porta?

Quem cuida de quem cuida da nossa cidade?

Camila Rajão

Historiadora e mestre em Letras, atua como professora da rede pública de ensino e pesquisadora nas áreas de História e Literaturas africanas. É presidente do Partido dos Trabalhadores em Pedro Leopoldo

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