A evolução da engenharia rumo à sustentabilidade

A evolução da engenharia rumo à sustentabilidade

(Ilustração Pixabay)

Com o ritmo cada vez mais intenso de ocupação das cidades, surge a necessidade de construir com responsabilidade, considerando as demandas das mudanças climáticas que impactam o uso da energia e água. A construção civil, por ser um dos setores que possui o maior consumo de recursos naturais e ser um dos maiores geradores de resíduos, busca incentivos e ações para construções que considerem aspectos econômicos, ambientais e sociais em suas diretrizes de sustentação.

O setor da construção civil brasileiro engloba uma gama de setores industriais, desde mineração, siderurgia, metalurgia, vidro, cerâmica, madeira, plásticos, equipamentos elétricos e mecânicos, além de prestadores de serviços, como escritórios de projetos arquitetônicos, serviços de engenharia e empreiteiros de execução, dentre outros.

Sua principal característica é a amplitude e a complexidade das empresas – construtoras, incorporadoras e imobiliárias, empreiteiras que executam obras de infraestrutura e edificações diversas, além da autoconstrução, que envolve consumidores em geral das construções e reformas.

Várias atividades, com diferentes graus de complexidade e ligadas entre si por uma vasta diversificação de produtos, se integram ao setor com processos e tecnologias muito variados, vinculando-se a diferentes tipos de demanda. Ele abriga desde indústrias de tecnologia de ponta e capital intensivo, como cimento, siderurgia, química, até grande número de microempresas de serviços, a maior parte com baixo conteúdo tecnológico. Pode-se afirmar que uma das características marcantes do setor da construção civil é sua heterogeneidade, o que dificulta a disseminação mais ampla de conceitos sustentáveis no setor.

Afinal, a construção sustentável vai além de empregar materiais ecológicos. Ela deve seguir um conjunto de atitudes e práticas em todas as suas fases, do processo de concepção, projetos, execução à manutenção e vida útil de uso da edificação. A construção civil deve reduzir os impactos causados no meio ambiente com a elaboração de bons projetos, estruturados de forma a propor sistemas, processos, métodos e materiais construtivos com maior eficiência, que tenham uma execução menos agressiva, causando menor impacto e com uso racionalizado para reduzir a geração de resíduos. Com isso o setor tem atentado para três questões: a melhoria do desempenho e qualidade de seu produto, a modernidade tecnológica dos processos construtivos e o desenvolvimento de inovações tecnológicas – novos produtos.

O conforto do ambiente construído é um dos pilares da construção sustentável, independente do objetivo de seu uso. Citando como exemplo uma edificação habitacional, o conforto térmico, acústico e lumínico gerado é fundamental para uma boa qualidade de vida, impactando o bem-estar, a saúde, o humor e a qualidade do sono das pessoas.
Para isso, a concepção de projeto deve prever e antecipar as necessidades e expectativas para aquele ambiente a ser executado definindo geometria, sistema e componentes apropriados para melhor desempenho do modelo, além de seguir boas práticas de técnicas executivas.

A construção civil tem evoluído muito com as práticas de sustentabilidade. Nesse esforço, a indústria envolve toda a cadeia, desenvolvendo e utilizando modelos construtivos que buscam atender as premissas sustentáveis do negócio. Novos sistemas construtivos como parede de concreto e sistemas construtivos a seco (steel frame, wood frame, drywall e painéis isolantes estruturais – SIP) passaram a ser de uso sistemático em todos os tipos de construção no Brasil.

São sistemas que apresentam desempenhos satisfatórios para fase executiva, com alto grau de racionalização construtiva, gerando maior produtividade com menores perdas e desempenho superior para o ambiente construído, seguindo prescrições das normas técnicas vigentes. Esses modelos são base para sustentação e atendimento à demanda crescente na última década.
Outros sistemas construtivos têm obtido uma evolução contínua devido à necessidade de maior racionalização construtiva e de industrialização no setor. O subsetor de pré-fabricados de concreto e aço tem suprido a demanda necessária ao mercado de mineração e industrialização necessária ao crescimento do país.

As indústrias de materiais de construção buscam atender as condições do setor com o desenvolvimento de novos materiais e componentes necessário às condições de sustentabilidade no negócio. A base para estes desenvolvimentos tem sido buscar materiais com maior racionalidade construtiva, menor uso de água e energia em sua preparação, menor peso, maior modulação/padronização dos elementos, menor consumo e maior rendimento durante uso e aplicação. Citamos alguns exemplos: tintas ecológicas, pisos laminados/vinílico, lâmpadas LED, chicote elétrico, sistema hidráulico PEX, telhas com placas fotovoltaicas, tijolos ecológicos, agregados reciclados, paredes isolantes, cimento ecológico, dentre outros.

Nos projetos que acompanha, a SX Engenharia tem como diretiva o desenvolvimento de novos materiais, oriundos do beneficiamento daqueles gerados dentro da construção civil, assim como em outros setores da economia. No mesmo contexto, se dá a concepção e estruturação de sistemas construtivos industrializados para redução do consumo energético ao longo da vida útil da construção, desenvolvidos junto a empresas de renome nacional e internacional.

Através de seu responsável técnico, engenheiro Silvio Xavier Santos, a empresa possui participação efetiva em comissões de normas da ABNT (CB-002: Comitê Brasileiro da Construção Civil e CB-018: Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados) que buscam regulamentar normas e revisões necessárias à normatização de novos materiais e sistemas construtivos para o setor da Construção Civil.

Silvio Xavier

O engenheiro Sílvio Xavier Santos possui mais de 30 anos de experiência em engenharia de materiais para construção civil, construção racionalizada e industrializada. Mestre em Administração na área de Gestão em Organizações e linha de pesquisa sobre Inovação e Organizações, é professor no Centro Universitário Izabela Hendrix.

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