Fizemos apenas duas perguntas aos candidatos. Ziel e Eloísa de Tadeu não responderam. Veja o que os outros disseram

Fizemos apenas duas perguntas aos candidatos. Ziel e Eloísa de Tadeu não responderam. Veja o que os outros disseram

 

O site da revista AQUI PL encaminhou algumas questões aos candidatos à prefeitura de Pedro Leopoldo e seus assessores por email, precedidas de divulgação nas redes sociais. Foram apenas duas perguntas. Elas versam sobre questões que consideramos essenciais para criar alternativas econômicas, bem como gerar emprego e renda para os pedro-leopoldenses no futuro pós-pandemia.

A primeira foi: se o(a) senhor(a) for eleito(a) prefeito(a), o que irá fazer com o terreno da fábrica de tecidos? 

Acreditamos que aquele espaço, que marca as origens da cidade e seu primeiro ciclo de desenvolvimento com a instalação da fábrica de tecidos, pode ampliar e muito a qualidade de vida em nossa cidade, aumentando a oferta de arte, cultura e espaços livres para o lazer das famílias. O que, além de embelezar a cidade, pode ser um diferencial na hora em que empresas de base tecnológica ou mesmo profissionais qualificados que trabalham remotamente escolherem um local para se instalar ou viver.

E o lugar para as empresas?

A segunda pergunta foi: no esforço de atrair empresas para o município e, consequentemente, gerar empregos para nosso povo, como e onde o(a) senhor(a) pretende adquirir terrenos para que elas se estabeleçam no município? Onde será implantado um possível distrito industrial?

Pedro Leopoldo tem pouquíssimos terrenos para a instalação de indústrias. O preço da terra em nosso município é proibitivo e nenhum de nossos administradores, nas últimas décadas, se dispôs a clamar pelo espírito social dos grandes proprietários de terras – ou mesmo obrigá-los a serem parceiros desse esforço, desapropriando alguma parte de suas propriedades.  Até então, não houve da parte deles, os proprietários, a iniciativa de, por exemplo, doar um pedaço de terra que possa abrigar um distrito industrial, o que inclusive poderia trazer para a região moradores para seus condomínios residenciais – alternativa recorrente para o aproveitamento dessas terras.

Não se trata apenas de tentar. E sim de fazer

Pedimos aos candidatos que, em suas respostas, não utilizassem verbos como

“procurar, tentar ou buscar”, o que sinalizaria apenas louváveis intenções sem efeito prático. Queríamos ver expressões como “fazer, providenciar ou finalizar” que, assertivamente, nos mostrassem a real intenção dos candidatos de trazer para cá novos empreendimentos, a exemplo de municípios vizinhos como Lagoa Santa ou Sete Lagoas.

Vejam as respostas, que foram publicadas assim como vieram e pecam por não explicitarem a origem dos recursos que serão necessários para as ações que todos propõem. Como eleitor, você é quem julga se algum deles merece sua confiança para resolver questões de qualidade de vida, emprego e renda, ao invés de aceitar um triste futuro de cidade-dormitório para Pedro Leopoldo.

Cristiano Marião, atual prefeito e candidato à reeleição pelo PSD vê as ações trabalhistas dos empregados como um impeditivo para ações imediatas no terreno da fábrica de tecidos e afirma que irá construir duas vias cortando o município, ao longo das quais poderão se instalar novos empreendimentos

FÁBRICA DE TECIDOS – A nossa proposta, minha e do meu vice Chico Costa, é fazer daquele espaço um Parque Municipal, agregado a um Museu e um Centro de Promoção da Cultura de Pedro Leopoldo, um complexo capaz de receber eventos, exposições, atrações culturais e permitir que os pedro-leopoldenses e turistas possam visitar, por exemplo, a Cachoeira das Três Moças, o Capão e usufruir de um local tão importante para a história da nossa gente. O local é de propriedade particular e parte desta área é tombada, ou seja, não pode ter sua estrutura modificada. Quero destacar que, durante a minha administração, os proprietários do imóvel foram procurados com o objetivo de viabilizarmos o projeto. Porém, existe uma ação de usucapião movida por ex-funcionário da Fábrica de Tecidos que torna inviável qualquer tipo de negociação ou a adoção de qualquer medida para desenvolver o projeto até que seja solucionado. Concluído este impasse, vamos retomar o diálogo com os proprietários, pois temos um plano estruturado de geração de emprego e renda por meio do turismo e da cultura.

TERRENOS PARA NOVAS EMPRESAS: Vamos priorizar, Chico e eu, duas importantes características que Pedro Leopoldo tem: a localização estratégica em relação ao Aeroporto de Confins e a capacidade de trabalho da nossa gente. E para isso vamos construir duas importantes vias que colocarão a cidade na rota do desenvolvimento e terão, em suas margens, terrenos voltados para a instalação de indústrias, fábricas, pequenas e grandes empresas. A primeira estrada ligará a BR-040 até a MG-424, colocando o nosso município em lugar de destaque em todas as atividades empresariais que possam ser desenvolvidas na região. As margens desta estrada serão reservadas para a formação deste distrito industrial com empreendimentos que possam gerar empregos e renda, sempre com o compromisso de valorizar o trabalhador pedro-leopoldense. A segunda via, chamada Via Norte, ligará o Centro ao Andyara. Além de beneficiar o trânsito, a nossa proposta é fazer com que empresas também utilizem as margens desta avenida para instalar seus negócios e oferecer oportunidades de trabalho à nossa população. Entendemos que ao atrair estes empreendimentos iremos beneficiar também os comerciantes e os prestadores de serviços. O meu vice Chico Costa já está conversando com alguns empresários e eles têm elogiado as ações de segurança realizada na minha administração. Quando você reforça a segurança na cidade, o empresariado se sente mais motivado, mais resguardado para instalar seus negócios aqui.

Daniel Silva, do PT, pretende desapropriar o terreno da fábrica de tecidos para plena utilização da cidade. Questionado por AQUI PL se ações trabalhistas contra a fábrica prejudicariam as iniciativas nesse sentido, ele disse que a solução é simples: “basta depositar o valor definido para a desapropriação e deixar o processo correr, até a Justiça resolver qual é o valor justo para uma iniciativa de utilidade pública”.

FÁBRICA DE TECIDOS – Consta do nosso programa de governo a desapropriação do terreno da fábrica de tecidos para a criação do Parque Municipal Fábrica, que será um equipamento de lazer, cultura e turismo da cidade de Pedro Leopoldo. Será um resgate da história da cidade, com recuperação do Casarão das três moças (casa sede) e revitalização da cachoeira, proporcionando o acesso pelas duas margens, criação de acesso ao Memorial Chico Xavier (iremos concluir a obra), transformando os galpões existentes em Teatro municipal e Museu Histórico (abrigando o acervo do Geraldo Leão e outros). Este parque irá contar com pista de caminhada e playground ecológico.

TERRENOS PARA NOVAS EMPRESAS –  Sem sombra de dúvida, a criação de dois distritos industriais: um vocacionado a empreendimentos de grande valor agregado, integrados ao Aeroporto Industrial e outro voltado a grandes empresas. O primeiro tem um ponto ideal, mas ouviríamos a comunidade local: ele seria instalado na região entre Dr. Lund e o centro da cidade, na várzea da Cauê. E o segundo seria instalado na Região do Urubu/FrancoMatos com saída para a BRO40. Ambos com fortes exigências para mitigar impactos ambientais, com adoção de políticas compensatórias no setor.

Emiliano Braga, do Patriota, se propõe a negociar com os atuais donos do terreno da fábrica e com o governo estadual para asfaltar a estrada do Urubu. Ele também aposta na BR 040 como endereço de um futuro distrito industrial.

FÁBRICA DE TECIDOS – O primeiro passo é negociar com os donos, já que é um espaço privado adquirido na mão dos antigos donos da massa falida da fábrica de tecidos. São muitas as possibilidades que dependem de negociações, mas há espaço e história para se criar um parque para lazer aliado ao Memorial Chico Xavier, é importante também pensarmos em utilizar uma pequena parte para fazer a duplicação da rua São Paulo que é muito utilizada por moradores da região norte, incluindo, claro, uma ciclovia. Como não é um bem público, apesar de ter a torre tombada, há de se negociar e acredito que seja de interesse dos atuais donos, porque é uma área em ponto central e muito importante para a cidade: ela nasceu ali com a Fábrica de Tecidos e antes, com a Fazenda das 3 moças e carrega uma grande história junto à Mata do Capão.

TERRENOS PARA NOVAS EMPRESAS – Bem, temos que pensar primeiro que temos uma ligação importante com a BR 040, dependemos de um acerto com o governo estadual para asfaltar a estrada do urubu. Fazendo a ligação de asfalto com a BR, teremos 26 terrenos desapropriados no próximo ano, por isto é necessário fazer um balanço conforme a demanda de empresas que podem ser atraídas e regulamentar os distritos atuais. Mas nada impede e estamos preparados para um crescimento muito grande nos próximos anos se tivermos planejamento, isto sim, possibilita adquirir algum terreno na região da estrada do Urubu para construir um novo e grande centro industrial.

O candidato do Avante e atual vice-prefeito Salim aposta em parcerias público-privadas para as duas questões levantadas por AQUI PL. Tem planos ambiciosos para o terreno da Fábrica de Tecidos e, segundo ele, tem apoio de deputados e empresários para realizar seus planos.  

FÁBRICA DE TECIDOS – Através de parcerias público-privadas iremos transformar aquela área em um grande parque ecológico, como o parque municipal de Belo Horizonte. Iremos fazer do terreno da fábrica um cartão postal para nossa cidade. Garantiremos a preservação ambiental, iremos revitalizar a área verde existente que se estende até a cachoeira das três moças, criaremos trilhas de caminhada e ciclismo, implantaremos bancos, lixeiras ecológicas e playgrounds. Iremos gerar empregos e renda através do turismo quando valorizarmos estes espaços em nossa cidade. Para isso, tenho uma base com o apoio de mais de 10 deputados e empresários dispostos a transformar Pedro Leopoldo em uma cidade modelo em Minas Gerais.

TERRENOS PARA NOVAS EMPRESAS – Através de parcerias com o Governo Estadual, Federal e com os próprios empresários, iremos garantir a implantação de um possível Distrito Industrial próximo à Rua João Teodoro da Silva, estrada que liga a BR-040, mais conhecida como a “estrada do Urubu”. Temos condições através da APE – área de proteção especial – conseguir a liberação para atrair indústrias e os olhares para a instalação de grandes empresas em nosso município. Além disso, a nossa proposta é reativar aqueles Distritos que estão desativados, como o de Quinta de Sumidouro, que empregava diretamente 1.500 pessoas. E, claro, fortalecer aqueles que conseguiram sobreviver a todos estes anos de abandono. Por exemplo, os empresários do Distrito Industrial Sul. Estamos estrategicamente posicionados entre um aeroporto internacional, outro industrial, ao lado também da capital mineira e de vias de escoamento e acesso fácil.

A candidata Simone Diniz, da Rede, destaca que, quaisquer que sejam suas ações em relação à Fábrica de Tecidos, elas deverão se dar em consonância com a vontade da população, que terá participação ativa nas decisões. Tal participação acompanhará a definição dos destinos de terrenos que foram doados, mas não cumpriram as condições contratuais. Além da criação de um “megadistrito industrial” nas margens da BR-040.   

FÁBRICA DE TECIDOS – O terreno da antiga Fábrica de Tecidos pertencia a massa falida, e em leilão público foi adquirido por um grupo empresarial mineiro. Esse grupo ainda não consolidou por completo a titularidade do imóvel por diversos motivos de ordem jurídica. O imóvel, portanto, pertence à iniciativa privada, apesar de possuir alguns bens tombados em seu interior. A Casa de Força, as Torres, a área da Fábrica, a Casa de Música e o antigo Clube da Fábrica são componentes do complexo arrematado por esse grupo empresarial mineiro. Os bens tombados são assegurados pelo Patrimônio Cultural e, portanto, não podem ser alterados sem a anuência do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural.

Infelizmente, acreditamos que o imóvel em questão possui uma avaliação de mercado superior a dez milhões de Reais, o que é um complicador considerável para que a administração pública faça a aquisição com recursos próprios, levando-se em consideração o enorme montante necessário e o atual momento financeiro pelo qual o município passa. Não é possível prometer qualquer ação em relação a este imóvel, uma vez que não existe sequer qualquer garantia de que o atual proprietário deseje vendê-lo, e mesmo a destinação diversa da atual depende de mudanças na legislação municipal, envolvendo Plano Diretor, Conselho Patrimonial, Audiências Públicas e aprovação da Câmara Municipal. Há, portanto, uma série de aspectos legais que deverão ser observadas para qualquer coisa diferente do que é permitido hoje, em relação a este imóvel, além do fator financeiro.

Pretendemos realizar audiências públicas para embasar com a voz da comunidade as ações do poder público em relação a esse imóvel, sendo dela a palavra de ordem, levando-se em consideração a importância histórica do empreendimento, os custos e particularidades do negócio. Havendo manifestação positiva da sociedade, em que se considerem os fatores descritos, haverá a implementação de ações imprescindíveis, que começam com o Decreto de Utilidade Pública para fins de desapropriação e, no período de dois anos previsto em lei, fazer a captação do recurso necessário para a execução do projeto que a comunidade escolher, deixando bem claro que a participação popular na decisão do caminho a seguir é condição sine qua non para a Rede Sustentabilidade.

TERRENOS PARA NOVAS EMPRESAS – Com relação aos Distritos Industriais na cidade, a primeira ação da nossa Administração será o levantamento e divulgação de todos os imóveis pertencentes ao município, demonstrando pontualmente o tamanho das áreas, a quem foram doadas, quais os tempos de consolidação da doação, quais os comodatos, quais as condicionantes que deveriam ter sido cumpridas e se foram efetivamente realizadas, quais imóveis estão vagos e sem atividade, buscando reaver todos os que não tiveram cumprimento total das condicionantes contratuais, colocando à disposição da comunidade todas as informações. Para o empreendimento que eventualmente não cumpriu as condicionantes legais vamos estabelecer um cronograma para fins de atendimento da estrutura pública e do licenciamento ambiental dos distritos, que são responsabilidade do Município. Sabemos que algumas condicionantes não foram cumpridas por falta de estrutura pública e licença ambiental necessário ao desenvolvimento de suas atividades. Visamos transparência total e reestabelecimento pleno do patrimônio do município, e essa é nossa primeira meta em relação aos distritos industriais, elencando todos os imóveis disponíveis e seus status atuais.

Com relação a aquisição de áreas para instalação de novos distritos industriais, entendemos que o melhor local para essa ação e demais relacionadas a logística, está às margens da 040, onde pretendemos implantar um megadistrito industrial. Prepararemos a legislação municipal para isso, trabalhando em conjunto com a comunidade e a Câmara, para que aquelas áreas se tornem núcleos de desenvolvimento de empresas, centros de distribuição e logística. Buscaremos parcerias junto as demais instâncias de governo, aos moldes do que foi feito no Teotônio Batista de Freitas, onde parte dos imóveis foi adquirida pela CODEMIG, Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais.
As áreas das quais falamos estão estrategicamente localizadas entre Sete Lagoas e Belo Horizonte, e estão caracterizadas como rurais, com custo de mercado relativamente baixo e custo benefício muito atraente, existindo ainda a possibilidade de que a própria iniciativa privada invista no local, o que minimiza ainda mais o custo municipal. Vale ressaltar que as áreas aqui descritas estão fora da APA-Carste, o que facilita toda e qualquer atividade. Essas ações, que são prioridade para a Rede Sustentabilidade, serão fundamentais para o início de um novo ciclo de geração de emprego e renda em nossa região.

 

 

 

Salim

Bianca Alves

Criadora e editora do projeto AQUI PL, é formada em Comunicação Social pela UFMG e trabalhou em publicações como os jornais O Tempo, Pampulha, O Globo; revistas Isto é, Fato Relevante, Sebrae, Mercado Comum e site Os Novos Inconfidentes

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