O verde vale muito dinheiro e pode ser uma opção econômica para a nossa região

O verde vale muito dinheiro e pode ser uma opção econômica para a nossa região

Quando se instala uma unidade de preservação como o nosso Parque do Sumidouro, os aplausos são discretos e a gritaria escandalosa. Atividades como mineração e agropecuária são impactadas e quem vive delas, naturalmente, se amedronta com o futuro. No entanto, preservar a natureza passou a ser uma questão de sobrevivência econômica, que vai além de proteger o meio ambiente. Prova disso é que, nesta semana, os maiores bancos privados do país defenderam junto ao vice-presidente Mourão uma agenda de desenvolvimento sustentável. E em se tratando de bancos, eles não estão preocupados só com a natureza, concordam?

As unidades de conservação geram benefícios diretos para toda a sociedade: protegem mananciais de água, regulam o clima, evitam erosões, oferecem lazer e paisagem, preservam patrimônios culturais e trazem alternativas econômicas sustentáveis de desenvolvimento como o turismo e o fornecimento de alimentos e remédios – caso dos biomas plenos de biodiversidade, sejam eles a Amazônia ou a Mata Atlântica.

Existe até um valor monetário que pode ser pago pelo estoque de carbono ou recursos hídricos conservados, além de compensações como o ICMS ecológico. O verde vale muito dinheiro.

E é por isso que precisamos falar sobre economia verde – e seu potencial para inclusão social e geração de renda- neste momento em que o país terá que se reinventar, como o resto do mundo. Assistindo a uma “live” do professor e cientista Silvio Meira, promovida pelo banco Credit Suisse com o tema “O mundo após a pandemia”, uma questão me chamou a atenção. Entre outros assuntos, eles apontaram que hábitos de viagem mudarão radicalmente. O que já pode ser visto na redução profunda das viagens de negócios, que foram substituídas pelas videoconferências. Já as viagens de lazer, segundo ele, terão como destino preferencial o interior, junto à natureza, em lugares com baixa concentração de pessoas.

Vocês já pensaram no potencial desse tipo de negócio para cidades como as da nossa região, que estão próximas de uma capital, no caso Belo Horizonte e, como tal, são locais ideais para uma escapada de nossos vizinhos rumo a pousadas, spas, lugares para descanso, caminhadas, enfim, para respirar sem máscaras?

Discussões como essas sinalizam como a preservação da natureza é fundamental para a manutenção não só da qualidade de vida como da própria economia e seu potencial para a sobrevivência digna de nossa gente. Principalmente agora que estamos começando tudo de novo.

 

Bianca Alves

Criadora e editora do projeto AQUI PL, é formada em Comunicação Social pela UFMG e trabalhou em publicações como os jornais O Tempo, Pampulha, O Globo; revistas Isto é, Fato Relevante, Sebrae, Mercado Comum e site Os Novos Inconfidentes

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